Já que a lesera e a sequela estão altas, roubo na íntegra o excelente texto da Silvia Picolo tirado lá do RRAURL.
Pré-conceito? Não!
rave ou balada do inferno?
Por que só as festas eletrônicas é que são antros de perdição? Música e drogas estão conectadas há muito tempo, não foi a cultura eletrônica que as trouxe. Mas com a mídia "vuduzando" e noticiando que rola ecstasy e ácido só nas raves, fica difícil convencer um leigo de que não é bem assim.
Ninguém nasceu indo à raves e clubes underground. Mesmo quem hoje foge de baladinhas comerciais como o diabo da cruz, já as freqüentou pelo menos uma vez - e fugiu correndo!
Mesmo cedo, a fila vira o quarteirão. Depois daquela almôndega involuntária na inconveniente garoa fina, na porta do estabelecimento, lê-se a placa: PROIBIDA A ENTRADA COM TÊNIS, CALCINHA FLORIDA OU MEIAS VERDES.
Depois é hora da saga do cartão de consumação: "Nome? Telefone? O que você almoçou ontem?" Fora a taxa absurda no caso de perda dele, e o desespero de algum infeliz que comete a façanha...
A música é alta ou baixa demais e o DJ Biro Biro – que ainda nem chegou – manda colocar um cassete com o que ele chama de "lounge". A galera vai ao delírio, enquanto espera a hora da "technera psicodélica", a última moda nas baladas.
Pouco depois, a maioria já está de fogo, e a galera no ponto de ir para a "guerra": abordam as meninas no braço. Com força, hálito de álcool Zulu e aquelas rodelas de suor na camisa. O ar condicionado não dá conta e o lugar vira sauna a vapor.
Exceto para um figura dando aquele PT no meio da pista, a bebedeira e a pegação rolam soltas. Há o bombado metido a lutador que procura briga (e sempre acha!). O salto incomoda, não há cadeiras. Uma pausa: foto para o site superbaladamegavip.net. E a farra prossegue.
Lá pelas quatro dá uma esvaziada e os amigos reencontram-se. O beberrão levanta do chão com amnésia alcóolica. Chega a discussão com o caixa: "Eu não consumi 147 reais! Esses 17 eu não vou pagar!". Um verdadeiro aborrecimento!
O preconceito com a cena eletrônica é realmente sem fundamento. Há, sim, drogas nas raves, mas não é regra. Elas também surgem nas baladas "normais". Ou álcool, maconha e lança perfume não são drogas?
Ravers quase não se preocupam com roupa, cabelo ou com o saldo final da noite (que na verdade é dia). O espírito dos amantes da eletrônica deve ser outro: "WE JUST WANNA HAVE FUN", e essa diversão se baseia quase que integralmente na atuação do DJ.
Mascada um sabe de si. O que não pode continuar são as rotulações estúpidas. As batidas da música não farão ninguém usar algo que não queira. E se mesmo assim houver gente avessa à essa vibe, que prefira toda a perrengue citada acima... tudo bem. Afinal, é tudo uma questão de gosto - ou de mal-gosto!
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Pré-conceito? Não!
rave ou balada do inferno?
Por que só as festas eletrônicas é que são antros de perdição? Música e drogas estão conectadas há muito tempo, não foi a cultura eletrônica que as trouxe. Mas com a mídia "vuduzando" e noticiando que rola ecstasy e ácido só nas raves, fica difícil convencer um leigo de que não é bem assim.
Ninguém nasceu indo à raves e clubes underground. Mesmo quem hoje foge de baladinhas comerciais como o diabo da cruz, já as freqüentou pelo menos uma vez - e fugiu correndo!
Mesmo cedo, a fila vira o quarteirão. Depois daquela almôndega involuntária na inconveniente garoa fina, na porta do estabelecimento, lê-se a placa: PROIBIDA A ENTRADA COM TÊNIS, CALCINHA FLORIDA OU MEIAS VERDES.
Depois é hora da saga do cartão de consumação: "Nome? Telefone? O que você almoçou ontem?" Fora a taxa absurda no caso de perda dele, e o desespero de algum infeliz que comete a façanha...
A música é alta ou baixa demais e o DJ Biro Biro – que ainda nem chegou – manda colocar um cassete com o que ele chama de "lounge". A galera vai ao delírio, enquanto espera a hora da "technera psicodélica", a última moda nas baladas.
Pouco depois, a maioria já está de fogo, e a galera no ponto de ir para a "guerra": abordam as meninas no braço. Com força, hálito de álcool Zulu e aquelas rodelas de suor na camisa. O ar condicionado não dá conta e o lugar vira sauna a vapor.
Exceto para um figura dando aquele PT no meio da pista, a bebedeira e a pegação rolam soltas. Há o bombado metido a lutador que procura briga (e sempre acha!). O salto incomoda, não há cadeiras. Uma pausa: foto para o site superbaladamegavip.net. E a farra prossegue.
Lá pelas quatro dá uma esvaziada e os amigos reencontram-se. O beberrão levanta do chão com amnésia alcóolica. Chega a discussão com o caixa: "Eu não consumi 147 reais! Esses 17 eu não vou pagar!". Um verdadeiro aborrecimento!
O preconceito com a cena eletrônica é realmente sem fundamento. Há, sim, drogas nas raves, mas não é regra. Elas também surgem nas baladas "normais". Ou álcool, maconha e lança perfume não são drogas?
Ravers quase não se preocupam com roupa, cabelo ou com o saldo final da noite (que na verdade é dia). O espírito dos amantes da eletrônica deve ser outro: "WE JUST WANNA HAVE FUN", e essa diversão se baseia quase que integralmente na atuação do DJ.
Mascada um sabe de si. O que não pode continuar são as rotulações estúpidas. As batidas da música não farão ninguém usar algo que não queira. E se mesmo assim houver gente avessa à essa vibe, que prefira toda a perrengue citada acima... tudo bem. Afinal, é tudo uma questão de gosto - ou de mal-gosto!
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