quarta-feira, janeiro 22, 2003

LOUCOS SOBRE DUNAS - Memórias das Férias 2003


"Essa vida é uma merda. Mas a trilha sonora é muito boa."

Não me lembro onde li a frase acima, mas gostei. Mas isso não vale pra Jericoacoara. As opções de som lá são bem sinistras.

Na primeira noite, andando no meio da madruga atrás de um bar pra comprar água, achei um bar interessante, com uma pistinha de dança, meio vazio mas que rolava uma house bacana. Me animei, mas voltei a dormir. As noites seguintes prometiam.

Os dias se passaram, e o som ouvido entre restaurantes e bares pouco variava entre o acústico do Legião Urbana, os Tribalistas e ao RPM - versão revival. Ainda tinha um "point" que tocava toda noite uma trance bem bagaça e hits do Techno-Pan pra umas patricinhas paulistas sem noção. Medo. Muito medo.

Socorro. Vamos à procura daquele "bar de house". Oh, não! Malditos surfistas-hippies colocaram uma fitchinha com Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Led Zeppelin, Counting Crownse coisas do gênero. Clec! Acaba o lado da fita. "Beleza!", pensei. "Agora, duas da manhã, eles devem colocar a de house" pra dar uma bombadinha no bar que estava parecendo um velório. Errado. O cabeludo vira a fita e começa "This the end, beautiful friend...". Oh não! "The End" dos Doors foi a senha pra que nós e mais uma galera puxassem o carro de lá largando o surf-hippie fazendo caipirinhas de forma performática, encarnando o Jim Morrison.

Entre uma noite do terror e outra, achamos uma pousada legal. Um jardim arborizado, redes, ar condiciondo, piscina, preço bacana. Estranho. Serviço completo com preço bom em altíssima temporada? Deve haver algo de errado... e tinha. A porra da pousada ficava a apenas alguns metros do forró do vilarejo, que funciona "de segunda a domingo" até às 5 da manhã. Terror.

Se bem que, de todos os males, o forró era o menor. Além de, óbvio, ser o mais "root". Tem umas músicas muito engraçadas, umas versões de Alphaville, Duran Duran, Debbie Gibson e outras do além. Dá pra se divertir ouvindo de longe, porque de perto, nem fodendo.

O único lugar que se salvava era uma creperia/pizzaria bacaninha que sempre tinha uns bons ambients e dubs tocando. Perfeito! Um oásis! Pena que ficava em frente ao trance bagaça, e os sons se misturavam.

Dicas de viagem SDPM: leve protetor solar, uma lanterna, roupas leves e um case e um DISK-MAN.