segunda-feira, maio 27, 2002

FIM

Antes de terminar com esse espaço, sinto-me na obrigação de realizar uma confissão pública.

O Nessuno, o Guto, a Clarah e o Psychofreud não existem.

Não passam de criações, personagens esquizóides, problemáticos e doentes, frutos de uma sociedade pervertida e perdida, sem rumos ou referências que eu criei para poder expôr um lado oculto, a forma que aprendi para poder viver tranquilamente com minha esquizofrenia. Como um magma sob pressão em busca da liberdade, criei o Surra e o brazileira!preta para poder escoar toda fúria espiritual e existencial.

Mas agora resolvi dar um basta nessa vida em paralelo. Vocês precisam saber a verdade.

Obrigado à minha amiga Sheila que se fez passar por Clarah em fotos e eventos públicos. Sheila, você foi demais. Obrigado por tudo. Um dia lhe reembolso todo o gasto com tinturas. Boa sorte com seu grupo de teatro.

Abraço forte também ao Franco, mais que amigo, um irmão, que vestiu o personagem Nessuno com tanta maestria. Valeu. Todos no Skol Beats acreditaram. Valeu pela companhia em Loves e raves da vida, apesar de você odiar música eletrônica. Forte abraço pra você.

Ao Marcelo e à Ana, vocês foram magníficos. Amo vocês dois. De verdade. Vocês sabem o quanto são importantes pra mim, não sabem? Marcelo "Psycho", haha! Você deveria largar logo essa bolsa de valores e ser ator, sabia? Ou trabalhar com a promoção de eventos de techno que você tanto gosta.

Poucas pessoas no mundo me entenderiam como esses aí em cima entenderam, e me ajudariam com tanto amor nessa inofensiva farsa. Amo todos vocês.

E a vocês que "nos" acompanharam por todos esses meses, fica aqui meu agradecimento e meu pedido de perdão. Nunca quis ludibriá-los. Nunca quis enganá-los para tirar algum proveito. Mas entendam, minha loucura atingiria níveis insuportáveis se eu não o fizesse. Talvez um dia eu volte. Talvez um dia "eles" voltem. Talvez um dia, "outros" voltem. Talvez um dia. Talvez em minutos. Talvez eu volte sob a forma de algum personagem e desminta tudo. Posso ainda voltar como se nada tivesse acontecido. Talvez sim, talvez não.

Muito Obrigado,

Paulo José Herminiano Neto