quinta-feira, março 06, 2003

.: Relatos de um Eco-Carnavalesco - Parte I :.

- a "família"
Não viajava em excursão desde os 12 anos. Indescritível. Tinha de tudo naquele micro-ônibus: a intrépida e destemida velhinha japa-ninja de 74 anos que era sempre a primeira a se embrenhar no meio da mata, sempre a primeira a se jogar nos rapéis e nos raftings; o viadinho magrinho que morria de medo de tudo e em quatro dias o máximo que ele encontrou de emoção foi molhar o pé em uma poça; um minerólogo; um casal de massagistas, a mãezona da excursão, e um senso de humor geral sofrível e irritante.

- japan pop show
De vinte e dois, uns quinze eram japas.
Esse fenômeno é comum em todo o planeta. Tá no DNA dos amarelos. Os caras não podem ver um ônibus de turismo abrir a porta, que logo pegam uma máquina fotográfica, uma filmadora, uma pochete e correm pra dentro dele.

- alimentação balanceada
Arroz, feijão, farofa, costela de boi, maionese de batata e mandioca. Não precisa ser nenhum nutricionista da NASA pra saber o que acontece com você quando servem um almoço desse uma hora antes de um trekking pelo cânion. Nesse caso, vá para o último lugar da fila durante a caminhada e preste atenção na direção do vento pra você poder soltar suas bufas com tranquilidade.

- horários
Pessoas com sérios problemas de horário como nós deveriam ser expulsos do grupo. Não houve uma vez em que não fôssemos os últimos a entrar no ônibus e ter que encarar um monte de pregos olhando feio pra você por ter atrasado a saída para o passeio em meia hora. Ser obrigado a acordar em pleno domingo de carnaval às 7 da manhã deveria ser considerado "crime contra a humanidade" pela ONU.