sexta-feira, dezembro 27, 2002

..:: RETROSPECTIVA SDPM 2002::..

=>III.b. MANIFESTOS

Aos que me chamam de louco por querer me mudar de Pinheiros para o Centro, aí vai um post do começo do ano:


SALVEM O CENTRO

Se há uma coisa que me revolta, é saber que o coração da noite de SP se concentra atualmente na Vila Olimpia. Qual a graça de tomar um chope olhando pra Faria Lima?
Enquanto isso, um lugar maravilhoso da paulicéia fica às moscas: o centro velho.
Louco eu? De forma alguma. A quem interessar possa, podemos marcar uma madrugada dessas pra fazer um circuito de carro (sempre faço isso para os amigos que não conhecem SP), descendo a Consolação, passando em frente ao Teatro Municipal, Shopping Light, Viaduto do Chá, Líbero, São Francisco, Catedral da Sé, Pátio do Colégio, entrar no calçadão, prédios do BB, Bovespa, BM&F, Mosteiro de S. Bento, etc, e verão o tamanho do desperdício.

Perigoso o cacete. Super vazio e policiado (claro, cheio de bancos na área). Quem tem de andar com o carro blindado é quem mora no Morumbi, não quem mora no centro. E, antes do apagão, era maravilhoso ver todos os prédios iluminados, com as bandeiras hasteadas, uma riqueza arquitetônica única na cidade.

Agora imagine-se em um cenário hipotético, onde vários bares bacanas cercam o o Anhangabaú, com mesinhas pelo Vale, olhando o Municipal iluminado ou o prédio dos Correios, fazendo uma horinha antes de pegar um cinema no Light, ou mesmo cair em um dos inúmeros clubs, boates, teatros, e restaurantes instalados na área.

Impossível? De forma alguma. É só colocar em uma mesa, governos municipais, estaduais e empresários da noite. Que se acertem benefícios fiscais para reforma e instalação da vida noturna na área, além de segurança, estacionamentos a preços justos e transporte público.

Há um medo geral do centro, gerado pela imagem diurna que se tem da área, degradada, com trombadinhas, camelôs e tumulto... mas durante à noite, esse fluxo acaba. No mundo inteiro é assim, porque aqui haveria de ser diferente?

Alguma coisa, muito pouca ainda, já está sendo feita, principalmente pela Associação Viva o Centro. Abertura de clubes como a Next e as noites no Hotel Cambridge, Shoppings Frei Caneca e Light ou a Sala São Paulo já são um sinal positivo nesse sentido, mas fazem parte de ações isoladas.

Sem contar das oportunidades imobiliárias. Próximo à Praça da República, na Av. São Luís, encontram-se prédios residenciais maravilhosos, apartamentos gigantescos, hoje à preço de banana, devido ao crescimento demográfico negativo e à oferta de 54 mil imóveis vazios. Dêem uma lida aqui, nas oportunidades que estamos "perdendo". Lembrem-se que a melhor hora de comprar, é na hora que "ninguém quer". E isso vale pra tudo, de dólar à bolsa e imóveis.

Isso não é uma candidatura à Prefeitura 2004, mas não custava nada se tornar um plano de um governo sério, que realmente ame essa cidade.