sexta-feira, outubro 25, 2002

REVOLTA


Pus me a pesquisar os arquivos do incrível, inigualável, inimitável (sic?) e já falecido NOTÍCIAS POPULARES, mas simplesmente não encontrei.

Tal como o "Topa Tudo Por Dinheiro", que todos assistem mas poucos assumem, todo mundo um dia já leu pelo menos uma vez ("tava passando em frente a banca...") atraído pelas manchetes sensacionalistas, pelas fotos de cadáveres deformados, pelas chacinas, ou pela baranga "gostosa" da capa.

Ou ainda pelas falsas notícias como o BEBÊ DIABO ou a LOIRA FANTASMA, matérias inventadas na redação que acabaram entrando pro imaginário popular. Reprovável tal postura jornalística? Não, se o objetivo for de informar e ENTRETER. Critiquem à vontade, intelectualóides, mas é disso que o povo gosta!

Sua fórmula de unir linguagem popular, cheia de gírias, a opção por retratar a desgraça alheia sem mais profundas análises veio a ser copiada por programas de televisão como AQUI e AGORA ou mesmo por RATINHOS da vida.

Confesso que o lia quase diariamente. Com o advento da uol, o jornal estava ali, integral e quentinho na net todos os dias. Não precisava mais ter de ir engraxar os sapatos na porta da BM&F para lê-lo em paz. As sessões imperdíveis eram a TUDO SOBRE SEXOcom a ROSELY SAIÃO e a de contos, do... hum... putaqueopariu, me foge tão importante nome nesse momento, VOLTAIRE DE SOUZA que eram breves e tosquíssimas histórias com uma lição de moral no final. Um cult da literatura brasileira.

Este texto aqui do jornalista Sérgio Sakakibara fala um pouco sobre a história do jornal, do BEBÊ DIABO e do dia a dia da redação por onde passaram nomes com André Barcinski, Paulo César Martins (Garagem) e Lúcio Ribeiro entre tantos outros.

Teria a Folha tirado arquivo tão precioso da net? Um crime contra a cultura (contracultura) e a história do jornalismo brasileiro. Seu link leva atualmente à pagina de Últimas Notícias (http://www.folha.com.br/np).

Vou enviar um e-mail à folha cobrando essa preciosidade e depois posto aqui a resposta. Agradeço maiores informações.