terça-feira, julho 23, 2002

Inconstantes.
Imprevisíveis.
Oscilantes.
Voláteis.
Volúveis.

Um céu negro.
Um inferno branco.
Não posso respirar o ar cinza?

Dêem-me um manual.
Um guia.
Uma bula.
Uma carta de navegação.

Por favor, extirpem de minhas vísceras o raciocínio linear.
Neurônios suicidaram-se ao longo dos anos, minha serotonina todo foi jorrada por pistas, terras batidas e lamaçais. Não consigo mais. Coração velho e fora de forma, veias entupidas de dúvidas e insatisfações mas ainda vazias de vida.
Quero saúde mental e paz.
Não vou desistir. Tenho que encontrar o equilíbrio perdido do ébrio.
Não posso desistir. Agora não.
Paguei caro pra entrar. E não vou rezar para sair.
Não tenho vertigens. Só não consigo enxergar o que há debaixo dessa espessa neblina na janela. Se eu soubesse, saltaria. Não é medo de encontrar o fundo. O medo é de não encontrá-lo.

- DJ, aumenta o som.
- Ei barman, mais um dry martini. Você tem fogo?